
Os oceanos sempre exerceram um grande fascínio sobre os homens. Até o século XVII, não havia instrumentos que permitissem observar a diversidade de vida nos mares do planeta. Entretanto, com o desenvolvimento da tecnologia, os pesquisadores começaram a desvendar a vastidão dos mares e os diferentes seres vivos que aí vivem. Esse ambiente, conhecido por seus tons de cores azul, revelou-se, para grande surpresa da maioria dos cientistas, um rico mosaico das mais variadas cores e formas. Uma das mais fascinantes peças desse mosaico são os recifes de corais.
Os corais pertencem a um conjunto de animais marinhos, os Cnidários, grupo do qual também fazem parte as medusas ou águas-vivas, as caravelas (colônias flutuantes nos mares quentes) e as anêmonas, genericamente chamadas de pólipos, que são as formas que vivem fixas ao substrato, apresentam o corpo cilíndrico, mole e retrátil, exibindo uma coroa de tentáculos na parte superior, ao redor da boca, que as faz parecidas com flores, como os crisântemos ou as dálias.
Os elementos responsáveis pela construção da base calcária dos recifes de coral são pólipos de tamanho reduzido, pertencentes a uma variedade fantástica de espécies, das mais diferentes cores e formatos. Os recifes de coral constituem os ecossistemas mais ricos em diversidade do meio marinho, pois reúnem uma enorme diversidade de outras espécies de organismos que vivem junto a essas formações, como parte integrante dessas imensas comunidades.
A principal característica dos corais é o esqueleto externo secretado pelos pólipos, constituído por substância calcária, que desenvolve estruturas rígidas e cortantes. Entretanto, às vezes, as colônias de pólipos são sustentadas por um fino envoltório ou por eixos internos de substância córnea, formando estruturas flexíveis, que se confundem com vegetais, muitas delas conhecidas também com o nome de leques-do-mar.
Os corais possuem duas formas de reprodução: assexuada e sexuada. Na primeira delas, ocorre o brotamento de novos pólipos, que se unem aos antigos; assim a colônia se expande. Na reprodução sexuada, os gametas são lançados na água, onde ocorre a fecundação e o desenvolvimento inicial em forma de larva ciliada livre-nadante, que favorece a dispersão das espécies.
Apesar da reprodução intensa, o crescimento do recife, em altura, ocorre muito lentamente. À medida que os pólipos vão morrendo, novos elementos instalam-se sobre as bases esqueléticas remanescentes, depositando novas e finas camadas de material calcário. Por isso, ao observar secções dessas bases, em profundidade, pode-se notar as diversas camadas de deposição que ocorreram ao longo do tempo. Esses animais aperfeiçoaram diferentes maneiras de captura de seu alimento. Alguns possuem em seus tentáculos cnidócitos, células especiais e exclusivas dos cnidários, que contém uma cápsula de veneno, chamada nematocisto, que paralisa e mata a presa. Outras espécies produzem um filamento mucoso com o qual a caça é aprisionada até a morte.
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